Com efeito, não é inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia. (Sal. 55:12).
Absalão, o filho rebelde de Davi, avançava com seus exércitos em direção a Jerusalém. O rei amava a cidade e sabia que, se permanecesse ali para enfrentar o inimigo, a cidade de Jerusalém seria destruída. Guiado pelo bom senso, Davi iniciou a retirada. “Seguiu Davi pela encosta das Oliveiras, subindo e chorando; tinha a cabeça coberta e caminhava descalço; todo o povo que ia com ele, de cabeça coberta, subiu chorando. Então, fizeram saber a Davi, dizendo: Aitofel está entre os que conspiram com Absalão.” II Sam. 15:30 e 31. Aitofel tinha sido até então membro do conselho de Davi. O rei confiava nele, e a sua tristeza aumentou ao sentir-se traído por um amigo. Toda traição é dolorosa. Mas quando o traidor é alguém em quem você confia, dá a impressão de que o chão estremece sob os seus pés. Não existem piores inimigos que aqueles que se fingem de amigos, porque eles conhecem você e sabem quais são os seus pontos frágeis. Perceba a tristeza do rei: “Mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à casa de Deus.” Sal. 55:13 e 14. É assombroso saber que Aitofel congregava com Davi na mesma igreja. Também existem traidores na igreja, entre os que dizem ser cristãos. É assustador, mas é real. Pessoas que nunca permitiram que o evangelho trabalhasse no coração, vivem um cristianismo teórico, de fachada. Mas o coração nunca foi convertido. O fim de Aitofel foi triste. Acabou traindo a si mesmo: Suicidou-se. A amizade é algo tão sagrado que o próprio Senhor Jesus Cristo chama-Se de o nosso amigo. O traidor por conveniência, por inveja ou simplesmente por maldade, pisa na terra sagrada da amizade para corrompê-la com a traição. Se você foi ferido pela atitude desleal de um “amigo”, peça a Deus que tire a mágoa de seu coração. Administre a traição com altruísmo. Aprenda a perdoar. Jesus aceitou o traidor Judas e participou da última ceia com Ele. Não o condenou. Deixou que a própria vida se encarregasse de cobrar-lhe o preço da traição. (Alejandro Bullón).
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