quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

"Os óculos de meu Pai!"


Felizes são os olhos de vocês, porque veem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem. Mateus 13:16

Meu pai faleceu em 2005. Como minha mãe não se decidiu a descartar os pertences dele, foi só depois da morte dela, dois anos mais tarde, que começamos o processo de esvaziar móveis. Abrindo a gaveta superior da cômoda do papai, encontrei alguns objetos pessoais, como um relógio de bolso do vovô, recortes de jornal e óculos. Seis pares de óculos.

Provavelmente, ele guardava todos eles para o caso de, se um quebrasse, poder facilmente voltar ao par antigo, e assim economizar um pouco de dinheiro. Por curiosidade, decidi prová-los para ver que tipo de visão meu pai tinha.

Como fiquei chocada! Papai, que lia livros, jornal ou a última edição da revista Seleções até tarde da noite, era, aparentemente, quase cego de um olho. Consegui ver com a lente de um lado, mas a segunda lente parecia um espesso nevoeiro. Comecei a chorar. Papai realmente possuía uma visão ruim. Talvez fosse por isso que ele insistia com tanta frequência em que eu levasse meus filhos ao oftalmologista.

Foi então que me veio à mente uma história que papai me contou quando eu era criança, acerca de seu "olho preguiçoso". "Lembro-me de ter andando numa charrete com papai e mamãe quando eu tinha uns cinco anos", dissera ele. "Eu colocava a mão sobre um olho e via bem, mas quando cobria o outro olho tudo ficava escuro, com apenas um pouquinho de luz aparecendo. Quando fiquei mais velho, meus pais me arranjaram uns óculos, mas minha visão era fraca num olho. Se tão somente alguém tivesse posto uma tarja no olho bom para fazer com que o olho fraco trabalhasse um pouquinho mais para se fortalecer, possivelmente eu teria uma visão melhor nesse olho."
Assim, por 90 anos, meu pai não tivera visão boa. Contudo, criou uma família, manteve seu emprego e viveu normalmente. Nunca imaginamos que sua visão fosse menos do que perfeita.

Com que frequência olhamos para alguém sem saber, na realidade, como essa pessoa vê o mundo? Ela "vê" coisas com olhos nublados, olhos que tornam amarga a sua vida? Ou tem visão clara, refletindo sua alegria no brilho dos olhos? É provável que Helen Keller, que perdeu a visão por volta dos dois anos de idade, não se lembrasse de ter visto alguma coisa. Mas sua visão interior era de felicidade, deleite e pensamentos positivos. Se pudéssemos ver através dos olhos de outra pessoa, isso nos ajudaria a entender melhor como tomou suas decisões. Poderíamos, inclusive, ver as coisas da maneira como Deus deseja que vejamos o mundo.

Charlotte Robinson

sábado, 25 de janeiro de 2014

"É difícil esperar!"


Enquanto isso, o povo esperava por Zacarias, estranhando sua demora no santuário. Lucas 1:21

Para mim, "espere" é uma palavra cruel. Não gosto de ficar à espera de nada! Com essa atitude, não posso entender a pomba no jardim, do lado de fora do banheiro. Ela fica sentada no ninho durante semanas, esperando que os filhotinhos saiam da casca. Consigo observá-la enquanto tomo banho. Como pode ela ser tão paciente, esperando por tanto tempo? Sentada ali o tempo todo, sem mesmo sair para procurar comida! Mas todas as coisas têm o seu momento. E se você tentar apressar o nascimento da avezinha, vai apenas destruir o passarinho que espera para sair do ovo.

Quando preciso acompanhar meu marido a algum lugar, sempre carrego um livro ou palavras cruzadas, porque não gosto de simplesmente sentar no carro e esperar. Assim, enquanto ele faz o que precisa, posso ler sem sentir a impaciência da espera.

A maioria de nosso mundo frenético, maluco e rodopiante encara a palavra "aguarde" como impiedosa. Com muita frequência somos impetuosos e impacientes, esperando que as coisas saiam do nosso jeito e ocorram dentro do prazo que estipulamos. Por que escrever uma carta, se posso mandar um e-mail ou uma mensagem de texto? Esperamos resultados instantâneos e ação instantânea.

A verdade é que achamos que não podemos esperar. Queremos que as pessoas entendam agora! Queremos que as pessoas mudem agora! Queremos que as pessoas atuem com fluência e dinamismo! Agora. O sábio Salomão já disse que "para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu" (Eclesiastes 3:1). O fato é que não temos a paciência de esperar pelo tempo certo para que as coisas aconteçam.

Mas não devíamos correr adiante de Deus. Se não esperarmos por Ele, correremos sem energia e com resultados desastrosos. Destruiremos o maravilhoso plano que Ele tem em mente para nós. Durante minha vida, aprendi que cada dia tenho que estudar a Palavra de Deus com oração e lhe pedir que me dê poder e paciência, como as pessoas à espera de que o sacerdote Zacarias saísse do Templo. Penso que elas aguardaram por longo tempo. Talvez tenham ficado cansadas de aguardar, e se preocuparam com o que teria acontecido com o sacerdote. Mas a Bíblia diz que elas "esperaram".

Temos esperado a segunda vinda de Jesus por longo tempo. Oro para que Deus nos dê paciência para continuar aguardando, porque Ele sabe o tempo certo – e, na verdade, está muito próximo.

Ani Köhler Bravo

"Vá com confiança!"

A Bíblia diz que nosso relacionamento com Deus é como o de uma criança com um pai amoroso. João diz que Deus nos cobre com Seu amor ao considerar-nos Seus. Imagine uma criancinha pedindo algo ao pai, sabendo que lhe será concedido. Poderia haver alguma hesitação do filho ao pular nos braços do pai, ciente da segurança que encontra neles?
Raramente nos apresentamos a Deus alegres como uma criancinha. Talvez temamos aborrecê-Lo com o mesmo pedido de sempre, pelo qual estamos orando há anos. Ou quem sabe temos medo de uma resposta negativa e não queremos nos desapontar. Ou talvez nos sintamos indignos de estar na presença divina por causa de uma área em que sabemos estar falhando.
Qualquer que seja a razão, hesitamos em nos apresentar a Deus com confiança, embora saibamos que Ele é um Deus bom, que ouve nossos pedidos e cuida de nossas necessidades (I João 5:15-15). Se o que estivermos pedindo for errado para nós, Ele vai avisar-nos. Se for certo, Ele nos concederá em Seu tempo. Podemos confiar nEle para apresentar-nos diante dEle como uma criança que é amada e aceita, que não pode imaginar receber senão bondade de Deus Pai. (Escrito por Stormie Omartian)
Você tem um pedido especial de oração? Quer que eu ore por você? Anote seu pedido emhttp://oroporvoce.com
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Coração Contente x Células NK (Natural Killer).




Será que Provérbios 17:22 (“O coração bem disposto é remédio eficiente, mas o espírito oprimido resseca os ossos” – NVI) tem alguma ligação com as células assassinas naturais? Eu posso ouvir você perguntando: “O que são células assassinas naturais?”


Para ajudar a entender o complexo sistema de defesa do corpo humano, posso dizer que células assassinas naturais são uma parte extremamente importante do sistema de defesa do nosso corpo que agem contra células danificadas ou aquelas que não pertencem a nossos corpos. As células assassinas naturais, ou NK [natural killer], pertencem a um tipo de glóbulos brancos que atacam e matam as células infectadas por vírus, as que mostram sinais de se transformar em tumor ou aquelas danificadas de outras maneiras.

O que então estas células NK tem a ver com Provérbios 17:22? “O coração alegre …” é um Provérbio tão famoso que todos nós podemos completar a frase, “… serve de bom remédio.” Há dez anos, pesquisadores de uma universidade relataram em um artigo que o riso reduz o estresse e reforça as células assassinas naturais. E outro pesquisador também descobriu que o riso muda genes e células. Esses pesquisadores não têm informação suficiente para ligar essas alterações genéticas e celulares a qualquer coisa boa ou má. Mas, com esta informação eles concluíram que foi o riso (o “coração alegre”, se quiserem) que causou as mudanças.

Já faz anos desde que Norman Cousins publicou seu livro “Anatomia da Doença”, no qual ele apontou que o bom humor, risos e emoções positivas são fatores importantes para a saúde e cura. E, desde então, a quantidade de pesquisas sobre terapia do riso aumentou mostrando que ela realmente funciona. Funciona tão bem que essa terapia é prática comum em muitos centros de saúde.

Pense bem: essas poucas palavras da Bíblia Sagrada tem se mostrado verdadeiras e precisas por anos de pesquisa e centenas de livros e artigos de periódicos. Louvado seja Deus, de Quem todas as bênçãos fluem!

Querido Senhor, ajuda-me a ser mais positivo(a) e alegre ao meditar no que tens feito para me salvar e pela esperança que tenho através de Seu amor e sacrifício por mim. Amém.

David A. Steen
Professor Emérito
Universidade Andrews

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

"Deixe Cristo brilhar!"


Tudo posso nAquele que me fortalece. Filipenses 4:13

Minha irmã faleceu na semana passada. Enquanto estive na casa dela, notei seu andador junto à porta da garagem. Tirei uma foto dele para me lembrar de que, no Céu, ela correrá, literalmente, e não se cansará. Sim, Lynne não precisará de hospital, injeções, próteses, cirurgiões, neurologistas, prescrições, bengalas e não sentirá dor. Como eu disse no dia em que ela morreu: "Terei uma irmã outra vez, na manhã da ressurreição. E será mais que perfeita!" E, como lhe disse junto ao caixão: "Eu a verei naquela manhã."

A morte de Lynne, para mim, traz vida nova às Escrituras. Na noite anterior à sua morte, ela pediu para ouvir o hino "Bendita Segurança". Não houve cura para seu câncer e sua enfermidade neuromuscular, mas me lembro de ter lido que o descanso seria o único remédio que aliviaria seus sintomas. Agora ela descansa. Mas não por muito tempo!

Uma semana antes do falecimento de Lynne, recebi uma história de pesar e gratidão. Parece que uma senhora enfrentava seu Criador no juízo final. Diante dela, e de outras mulheres, a vida de cada uma estava exposta como os quadrados de uma colcha de retalhos. Um anjo se pôs a costurar os quadrados, produzindo uma tapeçaria da vida. A mulher relatou: "Mas, enquanto o anjo tomava cada pedaço de tecido, notei como os meus quadrados estavam gastos e rasgados. Cada um vinha rotulado com uma parte da minha vida que havia sido difícil – os desafios e enfermidades que eu enfrentara, sendo que as durezas faziam os maiores buracos. Olhei ao redor. Ninguém mais tinha quadrados como aqueles. A não ser um furinho aqui e ali, as outras tapeçarias estavam cheias de vivas cores. Meu coração ficou desalentado.

"Por fim, chegou o momento de se expor cada vida, diante da luz. Cada mulher segurou sua tapeçaria. A vida delas parecia tão preenchida! Então o anjo fez sinal para que eu me levantasse.

"Quando me coloquei em pé e ergui contra a luz os quadrados combinados da minha vida, todas as outras pessoas engoliram em seco. Ao olhar para a tapeçaria da minha vida, notei que a luz se filtrava através dos muitos furos, criando uma imagem. Era a face de Cristo. 'Toda vez que você entregou a vida a Mim, ela se tornou a Minha vida, Minha dificuldade, Minha luta', disse Jesus. 'Cada ponto de luz em sua vida representa o seu ato de dar um passo ao lado e permitir que Eu brilhe através dela.'"

Assim, desejo que a sua colcha seja rala e desgastada, para que Cristo brilhe através dela.



(Diane Shellyn Nudd).

"A Tirania dos sonhos!"


Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador. Joel 2:25

No livro The Seasons of a Man's Life (As Fases na Vida de um Homem), o psicólogo Daniel Levinson propõe que cada homem adulto passa por uma série de fases específicas, as quais envolvem crises pessoais que governam suas emoções e atitudes, e até mesmo modelam seu comportamento. Uma dessas fases acontece na metade da vida. Ele identifica essa crise como a fonte de muitas das infelicidades das pessoas. Levinson se refere a isso como a "tirania dos sonhos".

Sem limitar essas fases aos homens, creio que todos iniciam sua jornada com sonhos de como a vida será – sonhos de amor, felicidade, fama, sucesso e fortuna. Esses sonhos, às vezes, significam o desejo de um futuro melhor que o presente ou simplesmente representam nossas expectativas e esperanças. O problema é que, muitas vezes, a vida não "entrega" aquilo que foi sonhado. Em determinado ponto da existência, pode-se concluir que nunca veremos a realização de nossos sonhos. Muitas vezes, isso gera um sentimento de fracasso, vazio, falta de sentido ou mesmo culpa.

De modo contrário às histórias infantis, como Branca de Neve e Cinderela, que terminam com o clássico "felizes para sempre", a realidade tem sua forma cruel de desmentir os sonhos. O problema daquelas historinhas é que elas têm apenas um capítulo, enquanto a realidade da vida revela os desdobramentos de muitos capítulos. Tenho encontrado pessoas em "capítulos" avançados, algumas cujo casamento eu realizei ou pude presenciar como convidado. Diante de divórcios, separações e mesmo ódio entre eles, pergunto-me onde estão aquelas pessoas que deixaram a igreja com brilho nos olhos? E o que dizer de crianças e jovens promissores que cresceram para trazer desespero aos que os amam? Ou outros que andaram em círculos? Ou, ainda, pessoas que iniciaram algum projeto promissor para terminarem desiludidas e fracassadas? A realidade demonstra que "príncipes e princesas" se tornam sapos. Sonhos viram pesadelos.

Contudo, podemos nos libertar da tirania de velhos sonhos e sonhar novamente. Israel fora arrasado por pragas, resultado de sua infidelidade. Praticamente nada sobrara da antiga glória. O texto de hoje, contudo, garante que o Senhor restituiria os anos que haviam sido consumidos. Com Deus, você pode sonhar novamente! (Pr. Amin Rodor).

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

"Deixe Cristo Brilhar!"


Tudo posso nAquele que me fortalece. Filipenses 4:13


Minha irmã faleceu na semana passada. Enquanto estive na casa dela, notei seu andador junto à porta da garagem. Tirei uma foto dele para me lembrar de que, no Céu, ela correrá, literalmente, e não se cansará. Sim, Lynne não precisará de hospital, injeções, próteses, cirurgiões, neurologistas, prescrições, bengalas não sentirá dor. Como eu disse no dia em que ela morreu: "Terei uma irmã outra vez, na manhã da ressurreição. E será mais que perfeita!" E, como lhe disse junto ao caixão: "Eu a verei naquela manhã."
A morte de Lynne, para mim, traz vida nova às Escrituras. Na noite anterior à sua morte, ela pediu para ouvir o hino "Bendita Segurança". Não houve cura para seu câncer e sua enfermidade neuromuscular, mas me lembro de ter lido que o descanso seria o único remédio que aliviaria seus sintomas. Agora ela descansa. Mas não por muito tempo!

Uma semana antes do falecimento de Lynne, recebi uma história de pesar e gratidão. Parece que uma senhora enfrentava seu Criador no juízo final. Diante dela, e de outras mulheres, a vida de cada uma estava exposta como os quadrados de uma colcha de retalhos. Um anjo se pôs a costurar os quadrados, produzindo uma tapeçaria da vida. A mulher relatou: "Mas, enquanto o anjo tomava cada pedaço de tecido, notei como os meus quadrados estavam gastos e rasgados. Cada um vinha rotulado com uma parte da minha vida que havia sido difícil – os desafios e enfermidades que eu enfrentara, sendo que as durezas faziam os maiores buracos. Olhei ao redor. Ninguém mais tinha quadrados como aqueles. A não ser um furinho aqui e ali, as outras tapeçarias estavam cheias de vivas cores. Meu coração ficou desalentado.

"Por fim, chegou o momento de se expor cada vida, diante da luz. Cada mulher segurou sua tapeçaria. A vida delas parecia tão preenchida! Então o anjo fez sinal para que eu me levantasse.

"Quando me coloquei em pé e ergui contra a luz os quadrados combinados da minha vida, todas as outras pessoas engoliram em seco. Ao olhar para a tapeçaria da minha vida, notei que a luz se filtrava através dos muitos furos, criando uma imagem. Era a face de Cristo. 'Toda vez que você entregou a vida a Mim, ela se tornou a Minha vida, Minha dificuldade, Minha luta', disse Jesus. 'Cada ponto de luz em sua vida representa o seu ato de dar um passo ao lado e permitir que Eu brilhe através dela.'"

Assim, desejo que a sua colcha seja rala e desgastada, para que Cristo brilhe através dela.



Diane Shellyn Nudd

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

"Beluga!"


Reflita nos caminhos dela [da formiga] e seja sábio! Provérbios 6:6

Ele nasceu em nossa casa e recebeu seu nome segundos após o nascimento. "Esse gatinho é todo branco", exclamou nosso filho de 5 anos, "a não ser pela mancha preta na cabeça, que parece um respiradouro. Vamos chamá-lo de Beluga – assim como as baleias brancas!"

Beluga viveu conosco por quase 16 anos, e aprendi muitas coisas com ele.

Ele era amoroso. A mãe morreu quando ele e os irmãozinhos tinham apenas quatro semanas e meia de vida – mal tinham idade suficiente para lamber o leite. Um dos seus irmãos sentiu tanto a falta da mãe que, durante os quatro meses seguintes, Beluga permitiu, pacientemente, que ele tentasse mamar.

Ele era sociável. Se estivesse procurando rãs junto ao lago e visse nossa família desfrutando a penumbra do entardecer, corria colina acima para sentar-se ao nosso lado. Ocasionalmente, queria sua própria cadeira, para ficar no mesmo nível em que estávamos, meu marido e eu. Também esperava no corredor até ver-nos ir para a cama, e depois pulava para cima da cama e se aconchegava em meus joelhos.

Ele era feliz e ronronava toda vez que era afagado. Com frequência ficava ao meu lado enquanto eu corrigia as redações dos alunos, espreguiçando-se, ronronando e tocando meu braço para chamar atenção para sua presença.

Quando adulto, pesava quase seis quilos, mas aos poucos – e depois com pavorosa rapidez – começou a perder peso. O veterinário disse que ele tinha problemas no fígado e nos rins. E que ficaria cada vez mais fraco e acabaria morrendo. Em pouco tempo, pesava apenas dois quilos e meio, mas continuava sociável. Ainda parecia feliz. Ainda ronronava.

Certa noite, virei-me na cama e dei um encontrão em Beluga, que estava enroscado junto aos meus joelhos. Sonolenta, estendi a mão para passá-la na cabeça dele, num breve e automático pedido de desculpas. Ele não reagiu com o seu ronronar. Teria morrido? Se estivesse vivo, certamente teria ronronado. Eu não quis acender a luz e acordar meu marido, e assim toquei-o novamente. Ele abriu os olhos, depois pôs o queixo sobre as patinhas e continuou o sono interrompido.

Alguns meses depois, Beluga morreu, mas não antes de eu refletir sobre suas qualidades: flexibilidade, sociabilidade e a capacidade de mostrar alegria e contentamento aos outros.

Se eu me parecesse mais com um gato, eu me pareceria mais com Cristo.

Denise Dick Herr

"Tudo é vaidade!"

Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades, tudo é vaidade.( Eclesiastes 1:2).


Na arte ocidental, a vaidade é frequentemente representada por um pavão. Na Bíblia, ela é simbolizada por uma prostituta, Babilônia, pesadamente coberta de joias e adornos. Na alegoria secular, a vaidade é entendida como um dos vícios humanos. Na Renascença, a vaidade foi representada por uma mulher reclinada num sofá, com um espelho, penteando os cabelos. Outros símbolos da vaidade incluem joias, moedas de ouro, uma carteira e frequentemente a figura da própria morte.
Em sentido bíblico original, a “vaidade” não se referia primariamente à obsessão pela aparência, mas à falta final de significado dos esforços humanos. Omnia Vanitas, tudo é vaidade, tornou-se, contudo, um objeto da arte. Em sua lista dos Sete Pecados Mortais, Hyeronymus Bosch representa a vaidade como uma mulher da burguesia se admirando num espelho, sustentado pelo próprio diabo. Por trás dela, encontra-se uma caixa de joias aberta. A famosa pintura de Vermeer, A Garota com um Brinco de Pérola, também é considerada um símbolo do pecado da vaidade, com uma jovem se adornando diante de um espelho, sem qualquer outro atributo alegórico positivo.
Talvez a mais impressionante peça de arte retratando a vaidade humana seja o quadro de C. Allan Gilbert. Uma bela e bem vestida mulher da nobreza está assentada em seu toucador, repleto de objetos ligados à luxúria, perfumes e cosméticos, iluminada por uma vela à direita. Mas o quadro é no fundo uma ilusão de ótica. Bem observado, ele é uma caveira, que reflete a moça, aparentemente enamorada de sua figura no espelho. No filme O Advogado do Diabo, Satanás, representado por Al Pacino, observa que “a vaidade é seu pecado favorito”.
Todas essas obras artísticas servem para advertir seus observadores sobre a natureza efêmera da juventude e da beleza, bem como da brevidade da vida humana e da inevitabilidade da morte. Salomão utiliza a palavra “vaidade” 35 vezes ao falar da vida “debaixo do sol”. O termo significa vazio, futilidade, vapor, aquilo que desaparece rapidamente sem deixar vestígios. Se do ponto de vista humano a vida parece fútil, por outro lado, resgatada por Deus, ela pode ter um extraordinário significado, servindo aos Seus propósitos e exaltando Sua glória. A escolha desse significado, somos nós que fazemos. (Amin Rodor),
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