segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Ovos de Andorinha!"

Vocês valem mais do que muitos pardais.( Mateus 10:3, NVI).

 Era o verão de 1952. Tínhamos terminado o almoço de sábado. A louça estava lavada e os panos de prato pendurados para secar. Os homens estavam na sala falando sobre gado e feno, e as mulheres falavam sobre acolchoados e conservas de tomate. Quando decidi ir para fora, a porta de tela bateu, fechando-se atrás de mim. Era tempo de liberdade. Durante toda a semana, tínhamos trabalhado no campo de feno, mas o sábado era o “Dia de Repouso e Alegria”. A garoa molhou meu rosto e formou pequenas contas sobre minhas longas tranças castanhas. A garotada mais nova brincava dentro de casa, sob alguma supervisão. O que faria esta menina de 13 anos, vinda da cidade, numa tarde chuvosa de sábado, numa fazenda de Missouri? A cidade era sempre ruidosa. Nossa casa, a poucos metros do pronto-socorro do grande hospital no centro de Los Angeles, era constantemente assombrada pelas sirenes das ambulâncias. As gangues perambulavam pelas ruas. Mas aqui havia segurança. As portas permaneciam destrancadas, dia e noite. A arrogância da cidade fora posta de lado, e eu estava livre. Fui andando na direção do celeiro. Andorinhas! Elas tinham um ninho no palheiro. Tive a curiosidade de saber se os ovos já haviam eclodido. Subi pela escada até o palheiro e espiei para dentro do ninho. O doce cheiro do feno era agradável. O tamborilar da chuva no telhado de zinco do celeiro dizia que seria inútil aventurar-me ao ar livre. Peguei um ovinho. Para meu deleite, vi que ele já começara a rachar. A minúscula criatura, lá dentro, tentava encontrar uma saída. Fiquei fascinada! Segurando suavemente o frágil ovo na mão, sentei-me sobre um monte de feno para observar. Devagar, a princípio, a criaturinha começou a bicar e a abrir seu caminho para fora da casca. Esperei. Por fim, o passarinho desemplumado ali estava, vulnerável, na minha mão. Cânticos vindos da casa próxima flutuaram suavemente até o paiol. Que tranquilidade! “Se Deus protege as aves, cuidará de mim também.” Entendi. Eu sabia que Ele me segurava gentilmente em Sua mão, aguardando que eu também “saísse da casca”. Com cuidado, coloquei o bebê passarinho no ninho e desci a escada. A chuva havia parado e a posição oblíqua do Sol, anunciava a proximidade do fim do sábado. Voltei para casa e me assentei sobre o braço da poltrona, unindo minha voz à do meu tio. (Elizabeth Boyd ).

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