O Senhor estava com José, de modo que este prosperou. (Gênesis 39:2).
Às vezes, pessoas “boas” são de difícil convivência. Certa vez, alguém disse: “Viver com os santos no Céu – oh, que glória! Mas viver com os santos na Terra – essa é outra história!” José, um dos personagens mais conhecidos do Antigo Testamento, foi um bom garoto. Mas conseguiu irritar de tal maneira os 11 irmãos que eles passaram a odiá-lo e não conseguiam pensar sequer numa palavra agradável para lhe dizer. O problema foi que José, filho nascido na velhice, era o favorito de Jacó. O pai não fez questão de esconder sua preferência; presenteou José com algo especial, uma bela túnica. Uma atitude nada sábia, pois semeou discórdia e inveja no círculo familiar. José, por sua vez, agravava ainda mais o problema. Desfilava com a túnica pomposa que o separava de seus irmãos. Até mesmo no dia em que Jacó lhe ordenou que fizesse uma longa caminhada para verificar se os irmãos estavam bem, José vestiu a túnica. Provavelmente ele achasse que estava acima dos irmãos. Além disso, José era linguarudo. “Contava ao pai a má fama deles [seus irmãos]” (Gn 37:2). Havia também os sonhos que ele descrevia com tanto orgulho: os feixes de trigo dos irmãos curvando-se perante o dele; o Sol, a Lua e as 11 estrelas curvando-se perante ele. O último passou dos limites até mesmo para Jacó, que o repreendeu. O ciúme aumentava; o ódio ardia como fogo. Assim que tiveram uma oportunidade, os irmãos se vingaram. Pegaram o linguarudo, arrancaram-lhe a túnica luxuosa e o jogaram num poço. Em seguida, o venderam para uma caravana de mercadores que passava por ali. Em um único dia, José deixou de ser o filho favorito e passou a ser um escravo rumo a uma terra estrangeira. Mas também deixou de ser linguarudo para se transformar no servo de Deus. Propôs em seu coração que, a despeito de qualquer circunstância, seria fiel ao Deus de seu pai. “Sua alma fremiu ante a elevada resolução de mostrar-se fiel a Deus – de agir, em todas as circunstâncias, como convinha a um súdito do reino do Céu. [...] A experiência de um dia foi o ponto decisivo na vida de José. Sua terrível calamidade o transformou de uma criança mimada em um homem ponderado, corajoso e senhor de si” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 214). José enfrentou muitas outras lutas, mas prosperou em tudo. Ele escolheu servir a Deus, e Deus não Se esqueceu dele. (William Johnsson).
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