Este pobre homem clamou, e o Senhor o ouviu; e o libertou de todas as suas tribulações. (Salmo 34:6).
Amo o livro de Salmos! Eles atravessam os séculos e falam ao meu coração com tanta clareza quanto um pregador que posso ver pessoalmente. Às vezes com mais clareza ainda. Seja Davi, Asafe ou outro autor desconhecido, sinto que suas lutas são minhas lutas, suas alegrias minhas alegrias, suas esperanças minhas esperanças e almejo que sua fé seja também minha fé. Certamente, o livro de Salmos é o mais lido e amado do Antigo Testamento; na verdade, da Bíblia inteira. Sempre que é feita uma seleção de passagens bíblicas ou quando uma nova tradução está em fase de preparação, encontramos trechos dos Evangelhos e dos Salmos sob uma capa única e, muitas vezes, apenas dos dois e de nada mais. O que torna o livro de Salmos tão atual? Sem dúvida, a sua humanidade. Os salmos falam franca e honestamente. Eles mostram como é a verdadeira oração, sem clichês ou fórmulas engessadas, sem expressões elaboradas, apenas a luta intensa do homem com Deus. Ao se deparar com situações difíceis, o salmista abria seu coração ao Senhor. Ao ser cercado pelos inimigos e cair vítima da língua maledicente, o salmista apresentava a Deus as suas aflições. Ao ser maltratado, acusado falsamente, traído pelos amigos, ao sentir que estava sendo esmagado pelos inimigos, o salmista não escondia de Deus sua situação. Ao sobrevir-lhe a pior de todas as provações, momento em que parecia que o Senhor o abandonara, o salmista não escondia de Deus seus sentimentos. Algumas das orações encontradas nos Salmos apresentam um tom tão questionador, desafiador e confrontador que certamente ficaríamos chocados se fossem proferidas de forma audível durante o culto. Se isso acontecesse, os líderes, cheios de zelo e dedicação, se certificariam de não permitir que aquela pessoa liderasse a oração congregacional outra vez, pois teria deixado bem claro que não saberia fazer uma oração apropriada para o culto divino! Na verdade, o que essa pessoa fez foi elevar seu clamor a Deus. Clamou porque estava com problemas. Nós ainda clamamos. Ainda enfrentamos problemas. Somos fracos, débeis e frágeis. Somos humanos. Mas os Salmos vão muito além. Uma vasta gama de obras literárias, musicais e artísticas retrata nossa fraqueza, debilidade, fragilidade e humanidade, mas para por aí. Os Salmos não. O Senhor ouviu. O Senhor salvou. Aí está a diferença, e que diferença! (William Jonhssom).
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