segunda-feira, 19 de março de 2012



Desposada em fidelidade


Eis que Eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei [...] o vale de Acor por porta de esperança. [...]
Desposar-te-ei comigo em justiça. Oseias 2:14, 15, 19



Eu me encontrava num deserto de agonia. Por 30 anos, meu esposo, John, sofrera uma paralisia devastadora devido à esclerose múltipla. Depois, ela atacou sua mente, causando uma forma de mania. John se tornou verbalmente agressivo, embora não tivesse ideia do que fazia. Cada segundo era uma agonia para mim. John havia sido um marido maravilhoso. Mas esse monstro não era John.


Nas horas de um dia horrível, o Senhor me disse: “Marque esta data. Daqui a um ano, você estará exultante.” De imediato, sublinhei a data, 19 de março, no meu calendário perpétuo. Meu coração saltitou de esperança.


Dentro de poucos dias, a esclerose cedeu e John voltou a ser gentil como antes. Depois, ficou febril. Sua respiração era difícil. John havia contraído pneumonia. Após alguns dias no hospital, faleceu.


A perda de John sacudiu meu mundo. Enquanto me esforçava por ver sentido na vida, Jesus Se apresentou como uma inundação. Tornou-Se meu marido. Ele me animou a descansar e confiar nEle, enquanto miraculosamente supria cada necessidade minha. Trinta anos cuidando de uma pessoa me haviam deixado exausta e crivada de dores. Mas, sob o cuidado de Jesus, sarei; minha força e esperança retornaram.


No ano seguinte, ao virar a página do calendário perpétuo para 19 de março, foi uma surpresa ver a data sublinhada. Então me lembrei dos horrores do março anterior e me lembrei do Espírito dizendo: “Marque esta data.” Regozijei-me porque, tanto John como eu, estávamos livres da nossa agonia no deserto. No ano seguinte, quando cheguei a 19 de março no calendário, o Senhor já me havia levado a uma vida inteiramente nova, com novos interesses e possibilidades. Uma vez mais, exultei.


Só Deus sabe o que cada 19 de março trará, mas sei que será algo bom porque Ele prometeu júbilo. Com o passar do tempo, pergunto-me por que não tenho cicatrizes dos traumas daqueles dias difíceis no deserto. Em lugar disso, tenho maior fé – fé nascida nas provações. E encontrei uma “porta de esperança” amplamente aberta para mim – os próprios braços de Cristo. Às vezes, Ele nos permite algum tempo no deserto do sofrimento para nos estabelecer em fidelidade.


Laura L. Bradford

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