segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
"Opção pelos mais necessitados!"
O que oprime ao pobre insulta Aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado. (Provérbios 14:31).
Escrevi minha tese doutoral sobre a Teologia da Libertação e sua relação com os pobres. Esse foi um movimento teológico forte da década de 1960 à década de 1980. O caráter político dos discursos dos teólogos da libertação chegava a advogar a luta de classes como única forma de mudança social. Para eles, a teologia deve assumir uma “opção preferencial pelos pobres”, contrariando a teologia tradicional que sempre tomou o partido da classe dominante. Apesar das inconsistências da Teologia da Libertação, concluí que havia nela verdades inegáveis.
Seria engano pensar que os pobres estão do lado de Deus simplesmente por serem pobres. Mas, sem dúvida, o Deus das Escrituras Sagradas está do lado dos necessitados e nos convoca ao serviço em favor deles. Jesus, segundo Seu sermão apresentado em Lucas 4:16-30, veio como libertador dos pobres e opressos. Tradicionalmente, essa referência tem sido “espiritualizada”. Jesus Cristo, porém, legou a Seus seguidores um inegável exemplo de solidariedade aos necessitados. Os pobres realmente estão na tela de Seu radar como prioridade de atenção e serviço.
Viv Grigg, da Nova Zelândia, sentiu-se compelido pela solidariedade de Jesus em relação aos necessitados. Foi identificar-se com os pobres nas favelas de Manila, nas Filipinas. Uma noite, sob o teto precário onde morava, Viv copiou, à mão, em pequenos cartões, cada verso da Bíblia que trata do interesse de Deus pelos pobres. Identificou 245 referências, que passaram a acompanhá-lo como incentivo à meditação. Escreveu depois o livro Companion to the Poor (Na Companhia dos Pobres), com uma provocadora observação: “Onde Jesus é encontrado e conhecido hoje? Para encontrá-Lo devemos ir onde Ele está. […] Tal busca invariavelmente nos levará ao coração da pobreza, pois Jesus sempre vai ao ponto da mais profunda necessidade. Onde está o sofrimento, Ele estará cuidando das feridas. Sua compaixão eternamente O conduz às necessidades humanas.”
Lembrei-me então de um texto de Ellen White que diz algo assim: “Para andar nos passos de Jesus, não precisamos ir à Palestina. Nós O encontramos junto ao leito dos enfermos e nas favelas onde está o sofrimento humano. Aí encontramos Suas pegadas, e O seguimos” (ver “Este Dia Com Deus”- Meditação Matinal 1980, p. 66). Amin Rodor.
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