sábado, 13 de setembro de 2014

"ELE sabe como você se sente!"

E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós. João 1:14, ARA

Ethel, minha vizinha do andar debaixo, e eu ouvimos os caminhões dos bombeiros passarem zunindo por nossa rua naquela manhã, e nos apressamos para ver qual casa se havia incendiado. Ao seguirmos o caminhão dobrando a esquina, vimos uma multidão reunida em frente da casa em chamas. Podia-se ouvir o estalo da madeira e ver os rolos de fumaça saindo por todas as janelas. Era terrível assistir a uma destruição como aquela. Ouvi uma mulher perto de nós dizer, em voz alta: “Imagine só, todos os seus pertences e as lembranças de uma vida inteira virando fumaça.” Como mulheres, podíamos facilmente nos emocionar com essa situação.
Ethel e eu estávamos paradas perto de uma mulher que chorava. Sabíamos que era a dona da casa, porque ficava repetindo: “Senhor, não posso acreditar que isso esteja contecendo comigo de novo.” Ela nos contou que era a segunda vez que uma casa sua era destruída pelo fogo.
Ethel pôs os braços ao redor dos ombros dela e disse: – Eu sei como você se sente.
A mulher enxugou as lágrimas, olhou para Ethel e perguntou: – Sua casa já se incendiou alguma vez?
Uma Ethel obviamente censurada respondeu em voz baixa: – Não.
Outras pessoas não podem conhecer o profundo senso de perda, o trauma emocional, a frustração completa e a impotência que alguém experimenta em face de uma tragédia assim, a menos que lhe tenha acontecido o mesmo. Então, e somente então, pode verdadeiramente dizer: “Eu sei como você se sente.”
Esse incidente trágico me trouxe vividamente à memória a encarnação de Cristo, descrita em Hebreus 4:15: “Pois não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas.” Ao vir à Terra como bebê, Cristo aprendeu, em primeira mão, como era viver como ser humano. Ele foi exposto ao bem, ao mal e às repulsivas experiências da humanidade.
Ethel foi bem-intencionada ao dizer à proprietária da casa que sabia como se sentia, mas isso não ajudou em nada a atenuar sua aflição. Se Ethel lhe dissesse que havia perdido uma casa num incêndio, então a mulher poderia ter sentido algum conforto com essas palavras.
É exatamente por isso que, como mulheres cristãs, podemos receber conforto nas adversidades, provas e tribulações, pois Cristo assumiu a humanidade. Ele passou por fadiga, fome, sede, agressão, rejeição, traição, luto, bem como amor, aceitação e alegria no serviço para Seu Pai.
Portanto, Ele sabe muito bem como nos sentimos.
Dorothy D. Saunders


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