Durante a tarde toda conversamos a respeito da esposa dele. Ele tentava analisar a ruptura do relacionamento ocorrida nas semanas que antecederam nossa visita. O homem queria compreender o problema, chegar ao fundo da incompreensão e soluciona-la. Ele examinava a situação como se a compreensão o pudesse libertar de imediato para fazer o que quer que fosse necessário para uma reconciliação. Ele queria encontrar a chave que destrancasse a frustração. A atitude da esposa era fria e irada, mas ele não conseguia descobrir o princípio da desavença nem os fatores que os levaram a tal situação.
Senti-me impulsionado a perguntar:
- O que o senhor faria se jamais descobrisse a causa?
- Bem, acho que teria de ama-la e apoia-la, como pudesse.
- Exatamente. Então por que não o ama apesar de sua falta de percepção do que saiu errado? O seu amor está condicionado pela compreensão? O senhor a ama somente quando as coisas vão bem e tudo é analisado cuidadosamente? Não será o caso de o senhor se encontrar preso na necessidade de ventilar os problemas a fim de amar, em vez de amar a fim de falar livremente de novo?
Você já teve problemas desse tipo? Todos nós já os tivemos. Todos nós podemos imaginar uma pessoa com a qual nossa comunicação foi quebrada e da qual nos encontramos separados. Ousamos deixar nossos próprios sentimentos de lado e afirmar a outra pessoa?
Naquela noite o homem foi para casa e agiu como se compreendesse a situação com clareza. A reação da esposa foi positiva. Restabeleceram a comunicação. Até hoje ele não sabe o que saiu errado. Mas agora ele não precisa saber. Nem mesmo a necessidade de entender conseguiu quebrar o seu desejo de amar incondicionalmente. Muitas vezes as pessoas reagem a frustrações físicas e psicológicas que não conseguem compreender. Nossa insistência em entender o problema muitas vezes aleija o processo de cura. (Escrito por Lloyd Ogilvie)
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