domingo, 3 de fevereiro de 2013

"Antes que eu clamasse!"

.. Antes de clamarem, Eu responderei; ainda não estarão falando, e Eu os ouvirei.( Isaías 65:24).

   O trailer alugado só para a viagem de ida continha o que restava dos meus pertences. Estava escuro, e eu temia o longo percurso de São Francisco até a casa de minha mãe, em São Diego. Lutando contra meus sentimentos, embarquei no pequeno Chevy e me dirigi para o sul. As lágrimas me enchiam os olhos com frequência, embaçando a visão da sinuosa estrada da montanha. E se eu despencasse pela ribanceira? Alguém se importaria?, perguntei a mim mesma. “Por que aconteceu tudo de uma vez só?”, chorei. Meu marido se fora, meus filhos também; meu emprego e meu lar se foram e meus móveis, passados adiante. Depois de muitas horas penosas, cheguei à casa de minha mãe. “Apegue-se a Deus”, incentivou ela. Arranquei do peito um suspiro. “Eu só queria acreditar que Ele Se importa.” Após alguns dias, saí para procurar trabalho. A entrevista não foi bem-sucedida (o que não era surpresa). Eu estava deprimida. Mais tarde, naquela semana, meu ex-empregador, em São Francisco, ligou para dizer que meu antigo emprego estava disponível outra vez. Fiz a viagem de volta, ainda entorpecida. Encontrei um quarto minúsculo no centro da cidade, perto do escritório. Depois de trabalhar uma semana, eu não tinha dinheiro para comer, mas me senti constrangida de pedir um adiantamento. Que devo fazer?, pensei, enquanto aguardava, após o expediente, que a luz do semáforo mudasse. O florista na esquina interrompeu meus pensamentos, entregando-me uma flor. Quando lhe agradeci, ele a tomou de volta e, sem uma palavra, empurrou um ramalhete inteiro na minha direção. “Ah!” engoli em seco. Chegando ao meu quarto, encontrei um cheque enviado pelo entrevistador de São Diego, para cobrir as despesas da viagem. Quem sabe, Deus Se importa!, ousei expressar esperança. Naquela mesma noite, fui à igreja que havia frequentado anos antes. Do saguão vazio, escutei o pregador. Ele contava a respeito de uma mulher deprimida, e de como ele a motivou a ser agradecida. Saí da igreja correndo e pensando: Vou tentar isso! Na manhã seguinte, consegui pensar em duas coisas, apenas, pelas quais ser grata. Saí para trabalhar, desalentada. Enquanto descia pela rua, clamei: “Senhor, se Te importas, por favor, mostra-me que não há nada entre nós!” Então meus olhos foram atraídos para cima, entre os arranha-céus. O nevoeiro se fora! Sorri. Que azul lindo! (Marjorie Ackley).

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