“Tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal de lama; … e me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus” (Salmo 40:2 e 3).
Às vezes somos tentados a pensar que nossa vida não tem valor algum. Sentimo-nos desanimados, com vontade de desistir. Nessas horas, precisamos lembrar-nos de que Deus deposita muita esperança em nós. Não pelo que somos capazes de fazer, mas pelo que Ele pode fazer em nós e por nós.
Um grande músico tinha o sonho de interpretar suas músicas nos órgãos das catedrais da Alemanha. Ele já havia tido acesso a alguns órgãos antigos, mas não ao da catedral de Freiburg. Sem revelar sua identidade, dirigiu-se ao zelador da famosa catedral, pedindo-lhe permissão para experimentar o instrumento. Por causa de sua roupa modesta e singela naquele dia, ouviu um eloquente “não”. Mas ele não desistiu. Com paciência e polidez, pediu mais uma vez. “Bem – respondeu o zelador –, o senhor pode tocar apenas uma música, nada mais”. E, para reforçar sua permissão limitada, colocou-se atrás do músico.
Satisfeito e feliz, o músico começou a dedilhar as teclas, enchendo os ares de música sublime, contagiante. O zelador, ao mesmo tempo atônito e admirado, não conteve as lágrimas. Estava embevecido com a qualidade da música e com a genialidade do intérprete. Até que as colunas da catedral começaram a vibrar ao som do potente órgão.
Emocionado, o zelador olhou para o músico e perguntou-lhe: “Por favor, diga-me o seu nome”. Com um modesto sorriso, ele disse: “Meu nome é Félix Mendelssohn”. Com voz trêmula, o zelador exclamou: “O senhor poderia me perdoar? Não posso entender como tentei impedir que o maior músico da Alemanha tocasse nesse órgão, do qual jamais pensei que pudessem sair sons tão maravilhosos!”.
O mesmo pode ocorrer em nossa experiência cristã. Jesus bate à porta do nosso coração, desejoso de nele entrar. Ali dentro existe um “velho homem” à espera do poder transformador do Evangelho. Mas a maçaneta está pelo lado de dentro. Se permitirmos que o Mestre os mestres deslize os dedos sobre as cordas de nosso coração, diremos como o salmista: “O Senhor tirou-me de um poço de perdição, dum tremedal de lama… e me pôs nos lábios um novo cântico”. (Amilton Menezes).
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