Deus não é um velho cansado, que não reage mais, que não abre mais a Sua boca, que não levanta mais a Sua mão. Deus não é alguém desiludido com a raça humana, a ponto de não mais intervir na Sua criação, entregando-a a seus próprios ímpetos. Deus não é um papai Noel, meio bobo, que satisfaz aos desejos de todo mundo e não exige coisa alguma. Deus não é pamonha, não faz figura apenas, não empresta o Seu nome aos poderosos, não assina papéis que outros redigem, não envelhece, não se aposenta, não se retira, não se desanima nem pede demissão de Sua glória e de Sua autoridade.
Basta ler a parábola dos lavradores maus para você ter certeza de que Deus não é pamonha. De fato, Ele teve uma paciência enorme com os tais lavradores que agarraram, espancaram, esbordoaram, insultaram e mataram seus servos, não apenas dois ou três, mas muitos outros, e, por fim, o Seu próprio e amado Filho. Esta misericórdia toda tem dado erradamente a impressão de que Deus é pamonha, tem sangue de barata, é bobo demais. É preciso, no entanto, ler o resto da parábola. Ela, na verdade, encerra a história toda do trato de Deus com os homens. Deus é campeão do amor, da paciência, da longanimidade, mas é também campeão da justiça. O que Ele fará com os lavradores maus, depois de esgotar as medidas do amor? Jesus mesmo dá a resposta: “Virá, exterminará aqueles lavradores e passará a vinha a outros” (Marcos 12:1-12). Esta é a completa identidade de Deus.
Você precisa considerar ambos os lados: a bondade e a severidade de Deus (Romanos 11:22). Porque “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10:31).
(Em Letras Grandes, Ultimato)- Blog Amilton Menezes.
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