Reflita nos caminhos dela [da formiga] e seja sábio! Provérbios 6:6
Ele nasceu em nossa casa e recebeu seu nome segundos após o nascimento. "Esse gatinho é todo branco", exclamou nosso filho de 5 anos, "a não ser pela mancha preta na cabeça, que parece um respiradouro. Vamos chamá-lo de Beluga – assim como as baleias brancas!"
Beluga viveu conosco por quase 16 anos, e aprendi muitas coisas com ele.
Ele era amoroso. A mãe morreu quando ele e os irmãozinhos tinham apenas quatro semanas e meia de vida – mal tinham idade suficiente para lamber o leite. Um dos seus irmãos sentiu tanto a falta da mãe que, durante os quatro meses seguintes, Beluga permitiu, pacientemente, que ele tentasse mamar.
Ele era sociável. Se estivesse procurando rãs junto ao lago e visse nossa família desfrutando a penumbra do entardecer, corria colina acima para sentar-se ao nosso lado. Ocasionalmente, queria sua própria cadeira, para ficar no mesmo nível em que estávamos, meu marido e eu. Também esperava no corredor até ver-nos ir para a cama, e depois pulava para cima da cama e se aconchegava em meus joelhos.
Ele era feliz e ronronava toda vez que era afagado. Com frequência ficava ao meu lado enquanto eu corrigia as redações dos alunos, espreguiçando-se, ronronando e tocando meu braço para chamar atenção para sua presença.
Quando adulto, pesava quase seis quilos, mas aos poucos – e depois com pavorosa rapidez – começou a perder peso. O veterinário disse que ele tinha problemas no fígado e nos rins. E que ficaria cada vez mais fraco e acabaria morrendo. Em pouco tempo, pesava apenas dois quilos e meio, mas continuava sociável. Ainda parecia feliz. Ainda ronronava.
Certa noite, virei-me na cama e dei um encontrão em Beluga, que estava enroscado junto aos meus joelhos. Sonolenta, estendi a mão para passá-la na cabeça dele, num breve e automático pedido de desculpas. Ele não reagiu com o seu ronronar. Teria morrido? Se estivesse vivo, certamente teria ronronado. Eu não quis acender a luz e acordar meu marido, e assim toquei-o novamente. Ele abriu os olhos, depois pôs o queixo sobre as patinhas e continuou o sono interrompido.
Alguns meses depois, Beluga morreu, mas não antes de eu refletir sobre suas qualidades: flexibilidade, sociabilidade e a capacidade de mostrar alegria e contentamento aos outros.
Se eu me parecesse mais com um gato, eu me pareceria mais com Cristo.
Denise Dick Herr
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