terça-feira, 15 de novembro de 2011



Só Deus Compreende

E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. Apocalipse 21:4


Na pequena igreja que frequentei por sete anos, fiz papel de mãe para mais de 20 juvenis, adolescentes e jovens. Nossa relação começou com aulas da linguagem dos sinais e cresceu tremendamente, desdobrando-se no ministério entre os surdos, acampamentos com outras igrejas e envolvimento em programas educativos e sociais, entre outras atividades. Com certeza, eu amava meus “filhos”.


Naquela igreja, éramos três membros da área da enfermagem. Estávamos sempre de plantão para a comunidade e ajudávamos com alegria onde fosse possível. Éramos também boas amigas e, algumas vezes, duas saíam de férias ao mesmo tempo, mas em geral uma ficava a postos em casa. Então, num outono, pela primeira vez, nós três saímos juntas para passar férias na Flórida. Ainda assim, continuávamos a um telefonema de distância. Certa manhã, às 6 horas, uma das minhas meninas ligou muito perturbada. Ela informava que um dos garotos havia falecido repentinamente, após breve enfermidade. Naturalmente, ficamos chocadas. Ele havia morrido quatro dias antes do seu décimo sexto aniversário e cinco dias antes de apresentar seu primeiro sermão da Voz da Mocidade. Todos estavam aguardando esse evento, e agora ele não se realizaria. O garoto era cortês, carinhoso, respeitador e confiável, muito apreciado por seus companheiros e pelos adultos também.


Foi realmente difícil assimilar aquele falecimento. Expressei meu agradecimento a Deus pela vida dele, mesmo tendo sido tão curta. As lembranças agradáveis permanecem. Temos sentido falta dele, mas me recordo das expressões das demais crianças: “Podia ter sido qualquer um de nós.” Isso me fez parar e pensar no quanto é incerta a vida, e sobre a importância de viver sempre para Deus.


Não vieram respostas para as perguntas que tínhamos. Haveria algo que as enfermeiras poderiam ter feito para mudar a situação, se estivessem lá? Teria que ter acontecido dessa maneira? A promessa de vida eterna, na Nova Jerusalem, é a esperança que devemos acariciar. Deus conhece cada situação, dor e sofrimento, e alivia a todos com amor incondicionalmente. Como fico feliz! Espero que seja essa a mensagem que todos os jovens (bem como os de mais idade) tenham a oportunidade de aprender.



Donette James

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